contos

Luana e o Mágico

O cheiro das flores naquele jardim espalhava sentimentos belos no ar. Da janela da casa amarela, Luana observava o sol irradiante entrecortando as árvores que juntas à grama, ao jardim e às flores, desenhavam uma linda paisagem à sua frente. Era primavera e o coração de Luana estava aberto como um teatro de arena em dia de espetáculo. No palco, um mágico parecia chamar atenção da moça. Suas mágicas eram banais, mas seu brilho parecia combinar com o mesmo brilho que Luana costumava ver da janela da sua casa amarela, em dias de sol. Era desse brilho que ela estava atrás, era isso que a motivava e o que a encantava. Ao se aproximar do mágico, a tímida Luana deixa escapar um sorriso sincero, daqueles de deixar qualquer homem sem jeito. A mágica estava no ar. Ao fim do show, Luana alcança o mágico entrando numa Kombi vermelha. Ele oferece uma carona, Luana hesita, mas logo aceita, afinal boba ela está longe de ser. A conversa corre solta, sem compromisso, sem pressa. E aos poucos, o sentimento cresce, sem pedir licença, sem avisar. A Kombi se aproxima da casa amarela de Luana, e daquele jardim cheio de flores perfumadas. É fim de tarde, e o pôr do sol anuncia uma despedida calorosa, daquelas que Luana costumava ver nos filmes que alugava e que chorava a cada beijo assistido. O mágico abre a porta da Kombi para Luana descer, ajudando-a com a mão direita, mais quente do que nunca. Os dois caminham lentamente até a porta. Trocam telefones e olhares oportunos. Segundos depois, seus lábios se tocam e uma corrente elétrica toma conta de seus corpos. O amor está no ar. Com força máxima. Com paixão. Com a alegria que Luana costumava sentir vendo filmes e nas tardes de primavera, quando costumava ficar na janela observando o sol irradiante entrecortando as árvores que juntas à grama, ao jardim e às flores perfumadas, desenhavam uma linda paisagem à sua frente. A mágica do mágico havia saído da cartola e da lebre e agora estava no ar, em forma de amor. Puro. Simples. Belo.